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O fenômeno partiu Santa Catarina

O início da década de 2020 marca um fenômeno que indica a falta de dinamismo da economia acreana

O fenômeno partiu Santa Catarina

Dr. Rubicleis G. Silva

A história acreana está intimamente ligada com o fluxo migratório. O primeiro e o segundo ciclo da borracha trouxeram ao Acre um conjunto de nordestinos que contribuíram de forma significativa com nosso processo de formação econômica. O fato a destacar é que o fluxo migratório era de outras regiões para o Acre.

Atualmente, verifica-se um fenômeno oposto. Nossa juventude e até mesmo uma parcela de nossos aposentados estão apostando em um futuro distante do Acre. Nomeadamente, os estados de Santa Catarina e Paraíba.

Não iremos nos ater aos condicionantes do fluxo de migração dos aposentados e ao fluxo migratório para o nordeste. Contudo, cabe uma reflexão das autoridades locais sobre o porquê deste fenômeno. No entanto, em se tratando de nossa juventude, é necessário destacarmos alguns números extremamente relevantes para o entendimento de parte dos condicionantes do fenômeno “Partiu Santa Catarina”.

Os dois indicadores apresentados neste artigo foram extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referente ao primeiro trimestre de 2022 (microdados disponíveis até o momento – 03 de agosto de 2022).

O primeiro indicador é a taxa de desocupação (não confundir com taxa de desemprego). A taxa média de desocupação no Brasil no primeiro trimestre de 2022 foi de 11,14%, o que representa, aproximadamente, 12 milhões de pessoas desocupadas. Por sua vez, no Estado do Acre esta taxa foi de 14,84%, ou seja, 33,21% superior a média nacional e a quinta maior taxa do Brasil. Santa Catarina apresentou uma taxa de desocupação de 4,55% a menor do Brasil. Em última instância, é possível afirmar que as oportunidades lá, são bem superiores as oportunidades aqui.

O rendimento efetivo médio real (REMR) acreano, no primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 2.424,73, representando 87,10% do REMR nacional. Por sua vez, o REMR de Santa Catarina foi de R$ 3.203,04, sendo 15,06% superior ao nacional, e, 32,09% ao acreano.

Enfim, aqui foram apresentados apenas dois indicadores que contribuem para explicar em parte o “Partiu Santa Catarina”. Neste período eleitoral, é necessário por parte dos candidatos ao governo do Estado do Acre, ao menos duas reflexões: a. quais os determinantes do “Partiu Santa Catarina” e b. quais políticas públicas podem mitigar este fenômeno.

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